terça-feira, 7 de abril de 2009

Liderança: Gerir a Crise? Ou Gerir na Crise?

A pergunta faz todo o sentido no período que atravessamos, porque se estamos perante tempos de oportunidade, para quem souber aproveitá-los, só as empresas e organizações que tenham suficiente força anímica é que estão e poderão fazê-lo.

E a força anímica das organizações está intimamente ligada à liderança e às mensagens que esta comunica através das suas acções e comportamentos, muito mais do que aquilo que diz.

Alguns exemplos do que a liderança
não deve e deve fazer:

Em muitas empresas e organizações a liderança costuma aparecer como se fosse capaz, sozinha, de resolver todos os problemas do mundo. Isolam-se, fecham-se sobre os seus próprios pensamentos e angústias e pensam que conseguem encontrar todas as respostas para o que é necessário fazer. Nada mais incorrecto.

É nestes tempos em particular que a liderança precisa das pessoas que tem ao seu redor e que participam nos destinos da empresa ou organização para os ajudar a encontrar as soluções e implementá-las. Porque não basta descobri-las. E, muitas vezes, as melhores sugestões vêm dos operacionais que estão em contacto directo com o terreno e que também precisam de “salvar” as suas vidas. Só assim é que é possível implementar medidas pouco ou nada populares.

Um dos pontos essenciais, é a capacidade da liderança de enfrentar a realidade. Não só da possível necessidade de re-avaliar o rumo das empresas ou organizações como perceber que, por vezes, vem da própria liderança a criação de alguns problemas que se revelam ou acentuam nestas alturas – sim, é verdade, todos erramos -.

Mas mais do que promover auto-flagelações ou identificar bodes expiatórios, o momento é de seguir em frente e não através de remendos de curto prazo que apenas irão adiar as consequências e torná-las ainda mais graves no futuro. Mais uma vez, é chegada a altura de reunir forças com a equipa e identificar soluções exequíveis num prazo e condições aceitáveis.

Um dos factores chave de momentos como os que atravessamos é a possibilidade que a liderança tem para poder identificar e promover medidas que de outra forma enfrentariam resistências nas equipas. É um facto, as pessoas não gostam de mudanças. Elas interferem com o seu conforto. E em tempos “normais” não são bem aceites ou apenas implementadas em pequena escala.

Os tempos actuais permitem à liderança não só identificar as mudanças apropriadas, com a colaboração das equipas, como associá-las a uma noção de urgência para acelerar a sua implementação.

As crises também podem ser aproveitadas a nosso favor, se aumentarmos a agressividade no mercado. Pode parecer uma contradição, mas a verdade é que é uma oportunidade excelente para alterar as regras do jogo, apresentar novos produtos ou serviços para obter ou gerar a oportunidade de entrar em novos mercados.

Há quem pense que uma crise é algo que se atravessa, até que se possa voltar à normalidade dos negócios. Mas o que é a normalidade? Onde se encontra a normalidade num mercado que mudou, nas regras que se alteraram, nas transformações que ocorreram irreversivelmente?

Se não nos é possível sermos os condutores das mudanças e das alterações, podemos ser, pelo menos, agentes nesse processo. Não existe normalidade. Existe, isso sim, uma permanente adaptabilidade.

Como costumo dizer, é preciso: Criar para Mudar, Mudar para Evoluir!

Mas outra questão aqui se levanta:

Acham que é possível uma liderança promover o que acabei de dizer só e apenas em momentos como este, ou só o conseguirá se estiver permanentemente alinhado com estes princípios?

O rei que nunca desce à praça, quando o fizer, não será ouvido.

Bom Trabalho!

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